Praias contaminadas por óleo no Nordeste abrem uma nova crise ambiental no Brasil
Depois dos incêndios na Amazônia, petróleo de origem
desconhecida contaminam há semanas ao menos 130 praias em nove Estados do
Nordeste. Bolsonaro cogita "crime"

São Paulo - 08 OCT 2019 - 15:17 BRT
Restos espessos e viscosos de petróleo empurrados para a
costa pelas ondas ameaçam algumas das praias mais espetaculares do Nordeste do
Brasil. As autoridades recolheram cerca de cem toneladas de petróleo em mais de
cem praias em nove Estados desde o surgimento dos primeiros sinais do desastre,
no início de Setembro. A origem do óleo é um mistério. O que se sabe no momento
é que não é petróleo produzido no Brasil ou vendido no país, segundo análises
realizadas pela Petrobras. Os ambientalistas suspenderam a soltura de
tartarugas no mar após a morte de várias delas. Os danos ambientais ainda não
foram estimados.
O presidente Jair Bolsonaro detalhou nesta segunda-feira as
várias hipóteses sobre a origem do vazamento: “Pode ser algo criminoso, pode
ser um vazamento acidental, pode ser um navio que naufragou também. Temos no
radar um país que pode ser o da origem do petróleo”, afirmou, sem dar mais
detalhes. Técnicos da Petrobras apontam a Venezuela como a fonte mais provável,
segundo o jornal Folha de S. Paulo. Outra das hipóteses que os pesquisadores
consideram é que o petróleo tenha sido ilegalmente jogado no mar por um navio.
O presidente destacou que "não parece vir de uma plataforma marítima"
de petróleo, das muitas que pontilham o Atlântico nessa área.
A companhia petrolífera informou oficialmente que os
resultados das análises moleculares do material orgânico localizado nas praias
não são compatíveis com as variedades de petróleo que a Petrobras produz e
vende.
As sólidas e enormes manchas de petróleo que apareceram em
130 praias em uma faixa que vai do Maranhão até a Bahia, mostradas nas imagens
da televisão, demoraram semanas para se tornarem notícia nacional. Mas neste
sábado o presidente Jair Bolsonaro exigiu que seja investigada com rapidez a
origem e nesta segunda-feira falou sobre as hipóteses enquanto seu ministro do
Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoava a área afetada.

Metade das praias onde apareceu o óleo ficaram limpas de modo
natural enquanto funcionários da Petrobras realizam tarefas de coleta dos resíduos
em outra dezena de praias. Em boa parte delas, as manchas cobrem uma pequena
proporção da areia.

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