Poesias - Canções

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"Um lapidar poético a misturar-se com o real marco emblemático da mais simples declaração de amor à vida; vendo-te a sorrir e a chorar, a aplaudir e criticar." (Dione Nascimento)
Foto: Poetisa Dione Nascimento
Dione Maria do Nascimento - Nascida em Touros/RN, aos 23 de Julho de 1956, as 12 horas, na casa de número 100 da rua Severino Rodrigues Santiago. Com oito meses de nascida, passou a ser criada por seus avós maternos, na rua Coronel Antônio Antunes, 181. Solteira, filha de Lucilo Afonso do Nascimento (Touros: *31/10/1921 +05/02/1981) e Maria Débora do Nascimento (Touros: *16/12/1922 +10/05/2017), tendo como irmãs biológicas Maria Deusa, Maria Dilma, Doralúcia, Débora Maria, Ernestina Maria, Maria Dione, João, Luiz Carlos, Pedro e José Arimateia.  As sobrinhas Maria das Graças e Josileide Maria, foram adotadas. Avós paternos Manoel Torquato do Nascimento e Honorina Leopoldina do Nascimento. Avós maternos: José Luiz Tenório (Geral/Touros: *+12/06/1977) e Ernestina Mendes Tenório(Nene) (Carnauba dos Dantas: *10/06/1895 - Touros: +03/11/1964). Tias maternas: Maria Eudócia Tenório Viana(casada com o desenhista Delfreres Ribeiro Viana), Maria Carmelita Tenório, Maria Fausta Tenório, Maria Sinhá Tenório. Tios maternos: Luiz Tenório Neto, João Tenório e  Sebastião Tenório. Tias paternas: Maria Emília do Nascimento(Maroquinha), Maria Lúcia do Nascimento. Tios paternos: Antônio Veríssimo do Nascimento(casado com Laura Pereira do Nascimento), José do Nascimento e Francisco. Bisavós maternos: João Mendes da Silva e Quitéria Maria da Conceição(Sinhá)(pais de minha avó Ernestina); Luiz Tenório de Souza e Joaquina Maria da Conceição(pais do meu avô José Luiz). Em construção...


TOUROS NUM PASSADO BEM PRESENTE
27 de Março de 2020
Autoria: Dione Maria do Nascimento

Touros está em festa
Vamos juntos festejar
Você na sua casa, eu na minha
Com medo de contaminar
Por causa do corola vírus
Que veio pra assustar.
II
185 anos, de cultura e tradição
Porto Filho, Zé Maria
Quinca Dú e Zé Antão
Pereira e João Ripique
Deixaram tanta saudade
Que dilacera o coração.
III
Touros de Severino Ferreira
Domingos Tomaz, Tio Bino
Ivanildo Cortez fez o hino
Cantado com euforia
A Casa Paroquial foi presente
De Genésia e Seu Avelino.
IV
Foguetão e desenheiro
Dedé Pintor, Rafael e Delfreres
Antônio Cunduru, fogueteiro
Fazia o céu de Touros
Se transformar num celeiro
De alegria e luzeiro.
V
Rua da Tamarineira
Raimundo da Lanchonete
Na Rua do Capim dos Poetas
Joana Pacheco começa
A dança das Bandeirinhas
Que se transformou em festa.
VI
Cícero Pinico e os guaranis
O Ponto de Seu Pitico
Antônio André na padaria
A bodega de Afrodízio
Geracina com as Bandeirinhas
E Dona Finha, foi lindo...
VII
João Ripique e Cerú
Nael, na sua sanfona
Naldo no violão
Nas Bandeirinhas tocando
O povo todo cantando
E as ruas se alegrando.
VIII
Nilson Patriota lembrou
Sempre com galhardia
Touros, tem grandes nomes
Na música, na poesia
No cantar e no falar
E até na cantoria.
IX
Clube do Samburá
Em lendárias noites belas
João Câmara e Ivonete
Assustados e serestas
A música dos Blue Caps tocando
Pra sociedade modesta.
X
Geraldo Teixeira e Terezinha
Sinhorinha e Zé Caneixa
Laura Pereira e Zé Bendito
Geraldo Lopes no jipe
Zé Lopes chegando do Rio
Trazendo a TV moderna.
XI
Tudo era novidade
Na vila de pescadores
Veranista e visitante
Estudantes e doutores
Miguel Neri no cavalo
Chegou a Câmara de Touros.
XII
Gernira e Virgílio Cutelo
Petinha e Geraldo Gonzaga
João Adauto e Zé Penha
Sebastião Boa vendendo
Brisa no sino batendo
E o Bom Jesus aplaudindo.
XIII
Paulo Ripique, na guitarra
Como ele não tem igual
No coreto da matriz
Faz da fantasia o real
Tocando pro Bom Jesus
A música ao natural.
XIV
Luiz Varela e Zé Antas
Joaquim de Ana e Lucilo
Joaquim Gomes, Maria Paiva
Zé Padeiro e Zé Merdinha
Carlinhos lá do Cartório
Com tudo se faz história
Na Touros dos nossos vivas.
XV
Antônio Tenório e Flavinho
Com Maria Antônia escrevendo
Seu Lucas a luz apagando
Zé Américo se despedindo
Zé Joaquim trazendo o SAAE
E o estudo fluindo.
XVI
O juiz que amou os pobres
Foi a luz da educação
Dr. Orlando alumiou
Os jovens do meu torrão
Que passaram a ser doutores
Com seu diploma na mão.
XVII
Touros não é mais o mesmo
O “Tourinho” já despenca
O Santuário não se respeita
É bar por trás e na frente
O povo está é correndo
Para a igreja dos crente.
XVIII
Doi a minha pobre alma
Ao ver o rio dos sonhos
Num abandono total
Chorando o desencanto
De quem vive esquecido
Pelos que dizem que ama.
XIX
É um barulho medonho
De carros e motos passando
Tirando o sossego do povo
Na hora sublime do sono
Pra piorar tem o som
Das grandes noitadas mundanas.
XX
Só se ouve reclamação
Que Touros está esquecido
Pelo seu próprio povo
Que parece estar perdido
Que por confiar em político
Já está desiludido.
XI
Ó Bom Jesus eu vos peço
Não nos deixe esquecidos
Pois de tanta ingratidão
Estamos desiludidos
Tenha compaixão de nós
E desta Touros querida.
XII
Mesmo assim, Touros, te amo
Resta-me viver sonhando
Que um dia tudo mude
Para te ver brilhando
Os teus filhos te aplaudindo
E o teu hino cantando.
XIII
Este passado, presente
Na minha e na sua memória
Não pode ser esquecido
Pra não morrer sua glória
De um povo hospitaleiro
Que em Touros, fez a história.

Comemoração dos 185 anos de emancipação política do Município de Touros.

EM TOUROS, FÉ E ALEGRIA 
Autoria: Dione Maria do Nascimento
Touros, 01 de Janeiro de 2020

Quando chega o novo ano
Todos se enchem de euforia
Em Touros, recebe-se a bênção 
Da Santa EUCARISTIA.

A tarde o Bom Jesus

Visita as ruas da Vila 
Acompanhado da Mãe
A Santa Virgem Maria.

O Bom Jesus abre os braços

Para todos os seus filhos
Em cima de um andor
Abençoa e alumia.

Cada rua, cada praça

Recebe as bênçãos de graça
Do Deus que é nossa alegria.

Dia dois volta pro trono 
Com os braços sempre abertos
Continua a abençoar
O de longe e o de perto.

Pra o ano que se inicia
Paz, amor e alegrias
Mas, não esqueça da benção
Do Bom Jesus que nos guia.

EM TOUROS, DIAS DE FESTA DO PADROEIRO
Autoria: Dione Maria do Nascimento


Touros,  27 de Dezembro de 2019020

Nestes dias tão festivos
De glória, paz e luz
Venho citar meus versos
Ao divino Bom Jesus. 

Oh Bom Jesus querido
Que no madeiro da cruz
Abre seus braços chagados
Na Touros que ao céu conduz.

Não há filho deste chão
Mesmo que seja ingrato
Que nos quatro cantos do mundo
Não esteja presente nestes atos.

Oh meu amado Jesus
Que é nosso protetor
Seja nosso advogado 
Na alegria e na dor.

Bom Jesus dos Navegantes
Neste mar de tantas lágrimas
Serás sempre a proteção
Deste teu povo amado. 


TOUROS DE MAJESTOSO LUAR
Poetisa Dione Maria do Nascimento
Touros/RN, 17/Out/2019

Catulo da Paixão Cearense
Cantou a beleza da lua
Chamando “Luar do Sertão”
Isto porque certamente
Não conhecera o plenilúnio
Do luar que clareia o escuro
Cantado por Porto Filho
Que disse com galhardia:                                   
- O mais belo luar é o do meu torrão.

Se Catulo conhecesse Pereira
Zé Maria e Zé Antão
Não saberia sequer
Falar de luas tão claras
Ouvindo o dedilhar sonoro
Que no violão ressoara
Líricas manifestações
Da lua que clareava
Minha Touros muito amada.

Seu clarão não se confunde
Confirmando a maestria
Ao contemplar nas alturas
O clarão da lua que guia
Pescador e lavrador
Praieira e pescaria
Do Parracho que recebe
A lua que alumia.

Hoje tem lua-cheia
No meu torrão altaneiro
Bem mais clara que magia
Numa duna que alvadia
Com seu leitoso manto
Que penetrara a minh’alma
A luz que dela emergia
Chamando-me a vigiar. 

As lágrimas desoladas
Afloraram-me toda alma
Me fazendo recordar
Dos meus pais que em tantos dias
Cantaram com alegria      
Ao ver o esplendor que surgia
Nostálgica, mas, encantada
A lua que principia.

Dos amigos que partiram
Sinto saudade imensa
Quando a lembrança despenca
Da pedra do meu “tourinho”
Dos veraneios lendários
Nas calçadas saudosistas
Ouvia-se o som das libélulas
Que cantavam de alegria. 

Oh lua que surge tão bela
Por trás do rochedo escarpado
De curvas estonteadas
Que fazem os homens mais belos
E as mulheres mais meigas
Até os animais se aquietam
E a natureza se reveste
Com o clarão da lua cheia.

Touros, me entusiasmo
Ao dizer quanto te amo
Mas, quando vejo a plumagem
Da sarça ardente, em chamas
O mar, os rios, os lagos
Que já foram lancinantes
O luar reflete em meus olhos
As lágrimas do desencanto.

Lua que afugenta minh’alma
Envolve-me com teu manto
Porque tua ternura de certo
Me afasta o desengano
Extasiante e majestoso
Luar pungente e dorido
Derramas teu belo clarão

Sobre este berço querido.

DESCOBRINDO A POESIA
Autoria: Dione Maria do Nascimento
Touros, 05 de fevereiro de 2004

Escrevo-lhe coisas simples
Sem o desespero selvagem
No abismo da consciência
Onde encontrei a orfandade

Imaginava quando criança
Em semear o amor
Porque tive como lição
As palavras do Criador

Mas, ao crescer descobri
O tamanho desamor
Que a humanidade tem
A Cristo Nosso Senhor

Tornei-me adulta, enfim
Presente que o tempo trouxe
Com ele as lições de vida
E a incerteza do amor

Assim, descobri a poesia
Como forma de acalanto
Diante dos desencantos
Que eu mesma registrara

Nunca condenei o mundo
Porque somos diferentes
Se fossemos todos iguais
Seria um “saco” essa gente

Procurei ver com amor
O rio que corta o mar
A canção do lavrador
Quando parte a caçar

A paixão alucinante
Da jovem apaixonada
E o pescador quando chega
Da longa e difícil jornada

Agradeço aos amores
Que me inspiraram canções
Porque se não fossem eles
Não haveria a paixão
Especialmente aqueles
Que me fizeram sofrer
Me enriquecendo a alma
Fazendo-me escrever

Geraldo Gonzaga, amigo
Poeta e escritor
Touros se orgulha em ter
Um filho com tanto fulgor

Humilde e companheiro
Não desconhece os seus
Conterrâneos e parceiros
Dos passos que em Touros deu

Vinte e três anos se passa
De sonhos e ilusão
A saudade castigante
Do pai, amigo, irmão
Do amado e eterno Lucilo

Minha ardorosa paixão.

TOUROS QUERIDA
Letra e Música: Dione Nascimento
(Touros/RN, 16/Dez/2018)

Touros, ó Touros,
Touros, minha terra querida. (bis)

Aonde estão os meus pais
Que na infância florida
Ensinaram-me a amar
Esta Touros, tão querida. (bis)

Berço dos meus tantos ais
Das noites claras, tão lindas
Vem ouvir o meu cantar
Que embala a noite infinda.

No repicar tão distante
Do sino lá na matriz
É o Bom Jesus que chama
Lá eu me sinto feliz.

No meu dolente cantar
Transmutado em poesia
Saberás quando eu partir

Quanto que te amei um dia. 

GERAÇÃO À GERAÇÃO
Autora: Dione Maria do Nascimento
Touros, 22/08/2010

Folclore conjunto de crenças
Costumes e tradições
Transmitindo com clareza
Suas manifestações.

Receituários populares
Lendas e superstições
Ligando o passado ao presente
Guardado no coração.

Registro de muitos povos
Em livros, contos e orações
Na língua escrita e falada
Geração a geração.

Manifestações folclóricas
Bumba-meu-boi, caboclinho
Ciranda, congada, fandango
Cuspir na água do rio.

Maracatu, pastoril
Catira, bordado a mão
Feitura de cesta, cerâmica
Tudo isso é tradição.

Os provérbios populares
Prescrevem os nossos costumes
Representando no folclore
A cultura de todo o mundo.

Para enriquecer a história
Invente contos e mitos
Olhe para o céu e contemple 
Este Brasil tão bonito.

De cultura e tradição
Canção, poesia e repente
Mostrando pra toda gente
Que a nossa gente é diferente. 

Comemorando o dia do folclore: 22 de agosto.


DÉBORA, MINHA MÃE
*16/12/1922 +10/05/2017 - Mª Débora do Nascimento
Dione Nascimento(filha)
Touros, 12/Maio/2012

Te olho horas a fio
Imaginando o que estás a pensar
Com o olhar inseguro, quase a fechar
Sustentáculo de vida a oficializar.

Mãos trêmulas, enrugadas
Ressonância de vida
Corpo abatido
Espírito em chamas.

Débora,
Ternura de mãe, lamento santo
Doce linguajar
Alma filtrada de amor.

Caminho a teu lado,
tentando descobrir teu mundo, abrigo.
Semente que fui do teu ritmo de chuva
Hoje fruto amargo do teu paladar.

Movimentos lentos, doce oceano
A filha trágica tenta amparar
Caminhando juntas a igualar

No rumo final da caminhada ao Pai.

POESIA E ORAÇÃO
Autoria: Dione Maria do Nascimento
Touros, 14/03/2018

No dia da poesia
Lhe apresento os meus versos
E em forma de protesto
Canto em rima e canção
Só pra lembrar que a poesia
É fruto de oração.

Quando agradeço a Deus
Por dias de paz e amor
Ao mesmo tempo em que peço
Para acabar com o clamor.

É tanto do sofrimento
Da alma, da voz, do olhar
Que parece genocídio
Com tanta gente a chorar.

Somente confiando em Deus
E seguindo seus mandamentos
Estaremos sempre atentos
A busca da divindade.

Pois tudo na vida passa
E só fica a certeza
Pois quem conquista o paraíso
Conseguiu grande riqueza.

Graça, luz e divindade
Glória, louvor e oração
Transformando em canção
Para dar glórias a Deus.

Mesmo estando neste mundo
Minha alegria contudo
É a esperança de ver
A face do meu Senhor.

Pois para isso
Rezo, canto, faço jejum, penitência
Pedindo a Deus por clemência
Pois sou uma pobre cristã.

A busca da salvação
Continuo minha luta
Para que no dia certo
Conquiste o meu lugar.

Poço dizer: - perdoe-me
Por ter ti levado a cruz
Oh! Divino Bom Jesus
Fonte de amor e de paz.

Nesse dia sacrossanto
De penitência e oração
Quero aproveitar e pedir
Perdão a você meu irmão.

Pois sem amor, sem caridade
Nesta vida nada vale
Nem mesmo a oração
Restando só o perdão.

Conclamo, venha comigo
Pois precisamos vencer
As astúcias do inimigo
Para com Deus poder viver.

Minha declaração de amor a terra em que nasci. Por sua complexa figura, Touros, é um jogo espetacular de emoções. (Dione Nascimento)  - Canto a Touros

CANTO A TOUROS
Autoria: Dione Maria do Nascimento 
Touros, 05/02/1981 

Volto a sonhar, Touros, terra querida 
Com as claras águas deste imenso mar 
Teus lenções de areias a demover 
E esta igreja de estilo colonial.  

Após viver em terras tão distantes 
Volto a olhar o teu belo luar 
Amortecendo a saudade infinda 
Que me enlaça a alma a cantar.  

Cada passo recorda-me a infância 
Que desfrutei as margens deste rio 
O escorrego do coreto sempre impondo 
As traquinagens junto ao castigo.  

Conforta-me rever velhos amigos 
Apesar das críticas infames 
Sepultarás meus restos neste chão 
Prova real daqueles que te amam.  

Touros dos meus tantos ais 
Terra querida de verdes coqueirais 
Canto a ti os meus tantos versos 
Touros querida, terra santa dos meus pais.


Voltando a Touros, quando da morte do meu pai, após a ausência de 5 anos, em terras distantes. 


PARABÉNS, TOUROS! 184 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Autoria: Dione Nascimento
Touros: 27/03/2019


A barca da pracinha não mais existe
foi-se com ela os segredos do luar
que coloriam as noites sempre belas
dos amores a caminho do altar.

O mar que avança tão veloz
tormento do "tourinho" a despencar
com o tempo a história se esvaindo
mas, os poetas, nunca deixam de sonhar.

Touros querida, mais um ano tu completas
tens o desejo de mais formosa estar
tentas sorrir para alegar os dias
de tantos que fazem-te chorar.

Na alegria, na ausência, na tristeza
sempre a ti estive a me espelhar
sobes e desces, escadas tão difíceis
feitas por filhos que não sabem te amar.

Caminhando sigo o meu percurso
os que te amam fazem-te cintilar
tal qual o sol que brilha no horizonte
sempre altaneira queremos ver-te estar.


MINHA MORADA 
Autoria: Dione Maria do Nascimento 
Touros, 16/12/1995

Quando o dia amanhece 
Com o rio a cortar 
Um lado e outro da rua 
Onde estou a morar. 

Rua do Capim, dos poetas 
Ou Ferreira Itajubá 
Tudo lembra poesia 
Na rua em que estou a morar. 

Catraia atravessa o rio 
Que secando e enchendo está 
Bem-te-vis cantarolando 
Na Ferreira Itajubá. 

O capim que permanece 
Teimoso a verdejar 
Competindo com o calçamento 
Da Ferreira Itajubá. 

Maria Ratinho, quem diria 
Com Zé Doido a escorrachar 
Meu Deus, tudo isso acontece 
Na Ferreira Itajubá. 

Quando a noite chega 
E a lua clareando está 
Por traz dos coqueiros que existem 
Na Ferreira Itajubá. 

Oh rua calma e singela 
Qual as nuvens a passar 
Colorindo céu e terra 
Na Ferreira Itajubá. 

Rua do Capim és bela 
Com teu fervor varonil 
Do coqueiral és a musa 

Na Esquina do Brasil.


(Na rua Ferreira Itajubá(Rua do Capim) edifiquei uma casa, onde morei até o ano de 2010, com registro de imóveis sob nº R-1-3-295, fls. 170, Liv. 2-T, Cartório de Touros. Nesta rua moraram os poetas, compositores e escritores Luiz Patriota, Antônio Nilson Patriota, Ferreira Itajubá, Carlos José Penha de Araújo e Dione Maria do Nascimento.)

SER AMIGO É SER CANÇÃO
SER AMIGO É SER CANÇÃO   Autoria: Dione Maria do Nascimento   Touros, 21/03/2018
Dione com Dr. Orlando e Djalmira(esposa)
Autora: Dione Mª do Nascimento 
Touros, 21/03/2018 

Ao poeta Orlando Flávio 
Deixo hoje o meu abraço 
No dia da poesia 
Em que aflora os laços. 

De carinho e afeição 
De quem ama de verdade 
Um amigo, um companheiro 
De lutas e irmandade. 

Ser irmão é ser canção 
Oração, poesia e verso 
Na certeza que o progresso 
Também depende de nós. 

Professor forte, valente 
Juiz do povo e da gente 
Que soube ser justo e honesto
Enfrentando os desonestos.

Mesmo que a vida lhe armasse 
Tramoias e ciladas 
Não deixou de ser Orlando 
Forte, guerreiro, valente. 

Ao lado da Djalmira 
Mulher sincera, aguerrida 
De paz, luz e coragem 
Raios de sol, claridade. 

Seis filhos, seis corações 
De Paz, amor, união 
Fruto de uma grande paixão 
Que venceu toda tormenta. 

Cantar, compor, meditar 
Nos anos que já outrora 
Vivendo em tantas cidades 
Mas, Touros, nunca sai da memória. 

Meu querido Orlando Flávio 
No dia da poesia 
Receba esses poucos versos 
Para carimbar nossa lida. 

De lutas e emoções 
Vitórias e decepções 
Saudade e reencontro 
Mas, nunca de solidão. 

Não deixe que a vida passe 
Sem ter sempre a esperança 
De andar e enxergar 
A luz da divindade que brilha. 

Pois saiba meu bom amigo 
Escritor e compositor 
A luz só se apaga 
Para quem não tem amor.


Homenagem ao professor, escritor, compositor, poeta e juiz Orlando Flávio Junqueira Ayres

CORTE NO CAMPO
Meu avô José Luiz Tenório(89 anos) ladeado 
das netas Doralúcia, Débora Maria e 
Maria das Graças
(Foto: Dione Nascimento)
Autora: Dione Mª do Nascimento
Touros/RN, 12/06/1977

Vejo o verde amarelar
Solitário a pedir socorro:
- está mata que aqui está
Precisa de homem novo.

Não se trata de vaidade
Mas, sim de sangue nas veias
Vertendo muita coragem
Com a inchada que passeia.

Dançando na mão do homem
Baila pra lá e pra cá
Fazendo da mata sustendo
A inchada bailando está.

Porém, quando passa a colheita
No canto da casa a chorar
Esquecida por aquele
Que esteve com ela a dançar.

Agora é só alegria
Vamos pra roça colher
O sustento da família
Que fica a esperar.

Passa boi e o jumento
Carregando e a pastar
O alimento que é de todos
Para a fome curar.

Depois que passa a colheita
É preciso recomeçar
A labuta para o sustento
Inchada na mão está.

Recomeça a nova dança
Baila aqui e acolá
Inchada dançando alegre
Volta no mato a brilhar.

Novamente na mão do homem
A inchada a cortar
O chão tão puro e fértil
Que não sabemos amar.

Homenagem ao meu avô materno José Luiz Tenório(agricultor), por ter me ensinado a amar e respeitar a natureza.

ETERNOS AMIGOS
Geraldo Gonzaga com a esposa Edite

Autora: Dione Mª do Nascimento
Touros, 26/12/2003


Passei pela rua deserta
Andando pra lá e pra cá,
Percebi a claridade
Que vinha do primeiro andar.

Era a casa de um amigo
Que estava a rabiscar
Colocando no papel

Os sonhos que a vida lhe dá.

Geraldo Gonzaga da Costa
Brilhante como a luz,
Procura lembrar a infância
 Na terra do Bom Jesus.

Já escreveu o seu povo
Através de tantos versos.
Descrevendo sua vida
Fazendo grande sucesso.

Relembro um dos seus livros
Com seus relatos tão claros
Em "Touros à Meia-Tinta"
Tradição, cultura e arte.

Escreveu sobre a Paróquia
Tempo que não volta mais,
Anos de emoção e festejo
Foguetão, balão no ar.

A saudade da irmã
Maria Natália - Petinha,
Partindo tão cedo deixando
Essa saudade, infinda.

Homem que ama seu povo
Sem interesse banal,
Chega em sua terra e visita
Os que moram no local.

Quero poder lhe ver
No patamar da história
Tão rica em poesia
Mas, tão frágil na memória.

A sua serenidade
Me convida a fazer
Esta homenagem singela

Só para lhe agradecer.

Homenagem ao amigo e conterrâneo, escritor e poeta Geraldo Gonzaga da Costa,  nascido em 14/10/1922. Filho de Luiz Gonzaga da Costa (Luiz Cunduru - 1893/1942)  e Antonia Faustina da Costa (1897/1944).

DONA FINHA É CULTURA E TRADIÇÃO
Dona Finha com Dione(2018) (98 anos)
Autora: Dione Mª do Nascimento
Touros/RN, 19/03/2019
(Aniversário de 99 anos)

Dando vivas a São João
São Pedro e Sant’Ana, também
Aplaudamos Dona Finha
Que quase cem anos tem.

São noventa e nove anos
De cultura e tradição
Com as Bandeirinhas nas ruas
Dando vivas a São João.

Josefa Odete de Melo 
Pois este é o seu nome 
Finha de Zé Cesário 
Pouco importa qual o nome. 

O que na verdade interessa 
É cravo, rosa e melão 
Nas Bandeirinhas juninas 
Louvar a São Pedro e São João. 

Tem folguedo e banho de rio 
Sanfona, triângulo e zabumba 
Foguetão e tradição 
Cultura pra todo mundo. 

Só mulheres fazem a festa 
De tradição sem igual 
Levando as Bandeirinhas 
Nas ruas a celebrar. 

Bandeirinhas de São João 
São Pedro e Sant’Ana, também 
Demos viva a Dona Finha 
Que a cultura provém. 

Convém lhe dizer ainda: 
 - Não deixe a cultura morrer 
Pois a cada ano que passa 
É tempo de agradecer. 

Cultura e tradição 
A terra de Touros tem 
Chiquinha Cundurú e Geracina 
Fizeram tudo tão bem. 

Deixando pra Dona Finha 
Essa continuação 
Que de bandeira na mão 
Faz cultura e tradição."

Homenagem a Josefa Odele de Melo - Finha, na comemoração dos 98 anos de vida.

DOLENTE PARTIDA
Foto: Dione com o repentista Domingos Tomás(2013)
Autora: Dione Mª do Nascimento 
Touros, 30/01/2018 

Lembro da terra onde fui criado 
Do meu berço adorado não posso esquecer 
E hoje me acho dele muito ausente 
E o meu peito sente um eterno sofrer. 

Já chegou a hora da minha partida 
Minha despedida eu pretendo dar 
Adeus meus amigos, mulher e parentes 
A viagem é prá sempre, não hei de voltar. 

Deixei minha terra na necessidade 
Pois a divindade me chama a viver 
Uma nova vida num mundo de luz 
Onde Deus divino irei conhecer. 

Adeus minha amada, adeus meus parentes 
Sinto grande dor em vê-los chorar 
Deixo de consolo a minha viola 
E um lencinho pra lágrima enxugar. 

A casa na rua da Rodoviária 
E o jardim florido de rosas jasmim 
O seu perfume encanta a alma 
De uma vida pacata, vivida ali. 

Que hora tristonha, meu Deus de clemência 
Lembrando a ausência do meu natural 
Quem é que não sente, saudade bastante 
De ter que partir do seu torrão natal. 

Aquela casinha à beira da estrada 
Foi minha morada, meu berço e meu lar 
Ali recebi os meus bons amigos 
Em dias festivos a comemorar. 

Adeus minha Touros, adeus meu torrão 
De noites tão claras a luz do luar. 
Ao som da viola cantei o amor 
Ao meio de aplausos, sorrisos e dor. 

Adeus meus amigos Dione e Flavinho 
Luiz Penha e Carlinhos que ouviram meus ais 
Não deixem morrer a nossa poesia 
Pois a cantoria é dom imortal. 

Ó terra bendita do meu Bom Jesus 
Que a todos conduz com fé e amor 
Nos teus fortes braços minha alma repousa 
Na glória celeste do teu esplendor. 

Domingos Tomas é o meu nome 
Em terras distantes irei habitar 
Mas fica na história a rima e canção 
Viola e repente, dolente oração.

Homenagem ao poeta/repentista Domingo Tomas de Lima.

PADRE E PASTOR
Capa do Cordel
Autora: Dione Mª do Nascimento 
Touros, 12/07/2017 

Lá, pelos anos noventa 
Conheci um cidadão 
Pras bandas da Catedral 
Na Pastoral da Comunicação 
Sempre extrovertido e charmoso 
Cumprindo sua missão. 

Nunca imaginei porém 
Que tantos anos passasse 
E um dia iria vê-lo 
Como Padre Rodrigo Paiva 
Na Paróquia do Bom Jesus 
Templo de adoração e graça. 

Chegou esse padre em Touros 
Rodrigo, é o seu nome 
Com maestria divina 
Abraçando todo mundo 
Encheu o Santuário de flores 
Limpeza e lindos cantos. 

Foi logo fazendo campanha 
Para mudar os bancos 
Do Santuário de Touros 
Que já tinham quase cem anos 
E o milagre aconteceu 
Com novos bancos chegando. 

A comunidade acolheu 
O seu gesto de bravura 
Com coragem e audácia 
Novos bancos com certeza 
Derem lugar aos velhos 
Mostrando total clareza. 

Os dias foram passando 
E a comunidade ouvindo 
Os sermões do jovem padre 
Que encanta até menino 
Quem não ouviu, venha ver 
Uma homilia tão linda. 

Padre Rodrigo, saiba 
Que também sou sua fã 
Admiradora e amiga 
Do seu jeito de cristão 
Valente e corajoso 
Devoto de Maria, Mãe. 

Cantando a Nossa Senhora 
Faz questão de recitar 
Os versos de São João Paulo 
No céu estando a louvar 
"Todo teu ó Maria" 
Pede a Mãe pra nos guiar. 

Ser sacerdote é fácil 
Basta estudar e ter vocação 
Mas, preparar os servos 
Aí, é outra questão 
Nem todo padre consegue 
Terminar sua missão. 

O padre de tantas flores 
Da cultura e da ação 
Em Touros, já conseguiu 
Conquistar o coração 
Do velho, da criança e do jovem 
Amansando até leão. 

Saiba meu padre amigo 
Quanta coisa esquisita 
Acontece até na missa 
Hora de prece e oração 
Pois na igreja tem gente 
Que até parece cão. 

Não dá bom dia a ninguém 
Recusa apertar a mão 
Não se sabe pra que vem 
Será que é pedir salvação? 
Mas, Deus, que é de bondade 
Acaba dando o perdão. 

Na casa do Bom Jesus 
Que nos dá seu coração 
Tem tanta gente amarga 
Que só Deus, tem compaixão 
Que se ajoelha e se benze 
Parecendo assombração. 

Como é que pode, irmão 
Alguém ainda pensar 
Em enfrentar esse padre 
Só para querer complicar 
Pois até com a Mãe de Jesus 
Tem gente querendo brincar. 

Eita que povo difícil 
Não tem padre que aguente 
Por mais que seja bonito 
E por demais tão contente 
As vezes também fica triste 
Pois ele também é gente. 

Padre Rodrigo, não ligue 
Isso faz parte da lida 
Pois o joio cresce junto 
Para a colheita da vinha 
O trigo é que precisa ser forte 
Grande e cheio de vida. 

O parceiro ideal 
Padre Rodrigo, encontrou 
Foi Dom Jaime, que enviou 
Pra ser o vigário local 
O vigário Jecione 
Jovem de simpatia igual. 

Padre Rodrigo, espero 
Que suas ovelhas lhe ouçam 
E sigam sempre os seus passos 
Construindo um mundo novo 
Rebanho de amor e perdão 
Transformando em reino novo. 

Lá no altar está 
O nosso querido Rei 
Bom Jesus dos Navegantes 
Protegendo os filhos seus 
De braços abertos no trono 
Conduzindo o povo seu. 

Lhe peço ó Bom Jesus 
Segure Padre Rodrigo, aqui 
Por muitos anos ainda 
Para a Paróquia fluir 
Com colheitas e bons frutos 
Boas almas vão surgir. 

Nesta Paróquia tão rica 
De graça, luz e esplendor 
Te conduziremos nos braços 
Foto: Dione com o Padre Rodrigo
Em cima de um andor 
Não que tu sejas santo 
Mas, Deus poderá prover 
Pois se torne realidade 
E poderemos ver 
Nos altares das igrejas 
Santo Padre Rodrigo, o ser. 

Enfim, hoje é dia de festa 
Um ano de vida, em Touros 
Que o Bom Jesus dos Navegantes 
Te faça sempre homem novo. 
Padre Rodrigo, receba 
Com carinho e afeição 
O abraço do povo tourense 
Que lhe aplaude com emoção. 

Viva Padre Rodrigo!


Homenagem ao Padre Rodrigo Paiva, pároco de Touros.


HINO DO BLOCO PESCADOR DA MADRUGADA

Letra e Música: Dione Nascimento e Almir Felipe

(Touros, 5/Fev/2012)



Chegou, chegou o Pescador da Madrugada (bis)

Com você eu sou o folião que espera a jangada.

Sou nativo dessa terra, Touros de encantos mil

Pescador da Madrugada, na Esquina do Brasil. (bis)


Naveguei o ano inteiro, esperei por esse dia
Vou juntar meus companheiros e cair nessa folia.

Chegou, chegou o Pescador da Madrugada (bis)
Com você eu sou o folião que espera a jangada.
Sou nativo dessa terra, Touros de encantos mil
Pescador da Madrugada, na Esquina do Brasil. (bis)

Fui na risca dos parrachos, na quixaba ancorei
No samburá trago alegria e partilho com vocês.

Chegou, chegou o Pescador da Madrugada (bis)
Com você eu sou o folião que espera a jangada.
Sou nativo dessa terra, Touros de encantos mil
Pescador da Madrugada, na Esquina do Brasil. (bis)


(O Bloco Pescador da Madrugada foi criado em 5 de Fevereiro de 2012, pela compositora, poetisa e cordelista tourense Dione Maria do Nascimento, visando manter a tradição e valorização da cultura tourense, com o intuito de homenagear os Pescadores de Touros, tendo como fonte de inspiração o seu pai Lucilo Afonso do Nascimento, patrono da Colônia de Pescadores Z-2. 

O Bloco que traz na sua essência cultural o resgate dos antigos carnavais, tem no seu hino oficial, letra e música da sua fundadora, e enfatiza o pescador tourense e as belezas naturais da terra praieira, contando com a parceria do músico Almir Felipe, também filho de pescador, o saudoso Zacarias Batista de Oliveira.)

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